Gestão ambiental da Amazónia atrai a atenção de representantes do Pan Delta do rio das Pérolas

8 March 2017

A semelhança de problemas ambientais como inundações e secas entre o Brasil e a região do delta do rio das Pérolas, no sul da China, pode favorecer a concretização de parcerias entre os dois países, afirmou em Brasília Zhang Guang Yan, da Comissão de Recursos Hídricos do Rio das Pérolas.

Zhang, que integra a delegação de representantes da região do Pan Delta em visita ao Brasil, disse que as duas regiões registam ao longo do ano oscilações meteorológicas, além de apresentarem um índice de urbanização elevado, o que exige uma acção de gestão ambiental efectiva.

A dimensão e a complexidade da região amazónica em território brasileiro e o trabalho de protecção dessa área desenvolvido pelo governo federal desperta o interesse das províncias chinesas englobadas na missão, com Zhang a afirmar “queremos aprender com o Brasil” e a acrescentar que que o espaço para o estabelecimento de parcerias é “enorme.”

Na terça-feira, a delegação, constituída na sua maioria por representantes do sector do ambiente, visitou o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Protecção da Amazónia (Censipam), ligado ao Ministério da Defesa e a Agência Nacional de Águas (ANA), ligada ao Ministério do Meio Ambiente.

Os técnicos brasileiros explicaram a actuação e os mecanismos da operação das duas instituições, sendo que no caso do Censipam, que tem a missão de fazer o trabalho de articulação, planeamento e coordenação de acções federais na Amazónia Legal, os chineses assistiram uma apresentação pormenorizada do sistema de alerta hidro-meteorológico, executado na região Norte, que faz parte da acção de acompanhamento estratégico da área pelo governo brasileiro.

A área da Amazónia Legal é de 5,2 milhões de quilómetros quadrados, que corresponde a mais de 60% do território brasileiro.

Com esse sistema, de acordo com os técnicos do Censipam, é possível fazer o acompanhamento pleno da região e produzir informações em tempo próximo ao real, como boletins hidrológicos (curto e longo prazo), alertas e mapas de risco, por exemplo.

Durante a deslocação à ANA, a delegação visitou a “Sala de Situação”, que faz o acompanhamento das condições hidrológicas dos principais sistemas hídricos brasileiros e que permite identificar possíveis ocorrências de eventos críticos, e adoptar medidas com o objectivo de minimizar os efeitos de secas e inundações.

A delegação foi recebida por representantes dos ministérios do Meio Ambiente e do Planeamento, Desenvolvimento e Gestão, tendo técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), tutelado pelo primeiro ministério, falaram sobre as características do licenciamento ambiental bem como do plano de combate ao desmatamento na região amazónica.

No Ministério do Planeamento, os representantes da Secretaria de Assuntos Internacionais abordaram projectos com financiamento externo, de organismos como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, em diversas áreas, que somam mais de 43 mil milhões de dólares, sendo que os relacionados com o ambiente são em número de 13 com um financiamento de quase 1200 milhões de dólares.(Macauhub)

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