O aumento dos preços em Angola é dos mais elevados do mundo, tendo atingido níveis que “não são aceitáveis”, disse terça-feira em Luanda o chefe de uma missão do Fundo Monetário Internacional, que se encontra no país para consultas técnicas.
Ricardo Velloso adiantou que os responsáveis do Banco Nacional de Angola têm consciência plena de que o aumento dos preços é demasiado elevado, tendo iniciado já o processo de proceder a uma contracção monetária forte.
O chefe de missão do FMI adiantou que as medidas de contracção monetária têm estado a ser aplicadas desde Maio de 2016 tendo produzido resultados que são já visíveis.
“É preciso persistir e continuar com essas políticas para que a inflação volte a níveis mais aceitáveis”, disse o economista, cuja delegação está em Angola desde 22 de Março corrente para consultas técnicas regulares ao abrigo do artigo IV dos estatutos do FMI.
Dados do Banco Nacional de Angola citados pela agência noticiosa Lusa indicam que 12 059 milhões de kwanzas (72,3 milhões de dólares) foram retirados da circulação em Fevereiro, data em que a circulação monetária ascendia a 435 659 milhões de kwanzas.
Em Janeiro, o banco central tinha retirado da circulação 48 661 milhões de kwanzas (291,8 milhões de dólares), um corte de 10% relativamente a Dezembro.
Ricardo Velloso disse que a contracção da massa monetária em circulação é uma medida positiva, pelas repercussões no corte nas taxas de câmbio no mercado paralelo, que permanecem em mais do dobro do valor oficial. (Macauhub)