O governo de Moçambique falhou o pagamento de mais um cupão relativo aos empréstimos contraídos por três empresas públicas com aval do Estado, dizendo este respeito à Mozambique Assett Management (MAM) no montante de 133 milhões de dólares, noticiou a imprensa moçambicana.
O jornal electrónico Mediafax informou na sua edição de terça-feira, data em que terminava o prazo de pagamento da prestação, que o porta-voz do Ministério da Economia e Finanças, Rogério Nkomo, insistiu que é a MAM que deve pagar os 133 milhões de dólares.
Rogério Nkomo disse ao jornal que são as empresas que contraíram os empréstimos que devem cumprir o respectivo serviço da dívida e acrescentou que caso não paguem o responsável será quem deu garantias, neste caso o Estado moçambicano.
“A garantia do Estado não foi accionada porque continuam a decorrer negociações para se definir um novo plano de pagamentos”, acrescentou o porta-voz do Ministério da Economia e Finanças.
O jornal escreveu ainda ter procurado contactar o presidente do Conselho de Administração do MAM, António Carlos do Rosário, bem como da Proindicus e da Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), sem qualquer resultado.
As três empresas, cujos empréstimos motivaram a realização de uma auditoria internacional e independente e a suspensão dos apoios ao Orçamento de Estado por parte dos membros do chamado Grupo dos 14, que inclui organismos multilaterais e países ocidentais, têm como principal accionista a GIPS (Gestão de Investimentos, Participações e Serviços), uma empresa detida pelos serviços sociais do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE).
O relatório de auditoria às três empresas, levado a cabo pela Kroll Associates UK, foi recentemente entregue à Procuradoria-Geral da República de Moçambique, cuja titular anunciou a divulgação de um resumo a curto prazo e da totalidade do documento num prazo mais alargado. (Macauhub)