As empresas russas Rail Standard Service e Fortland Consulting Company procederam quarta-feira ao lançamento da primeira pedra de uma refinaria que vai ser construída na localidade do Giraul de Baixo, município de Moçâmedes, capital da província do Namibe, noticiou a imprensa angolana.

O projecto global, em que está previsto um investimento de 12 mil milhões de dólares, inclui a construção de uma zona habitacional destinada ao alojamento dos trabalhadores, uma central eléctrica e um ramal ferroviário estabelecendo a ligação entre os caminhos-de-ferro de Moçâmedes e de Benguela.

Anatoly Kazlov, representante dos investidores russos, disse que este projecto destina-se a construir naquela região do sul de Angola um grande centro petrolífero, para dar resposta às necessidades energéticas de outros países da África Austral.

O projecto será executado pela Namref, sociedade veículo do investimento, a constituir pelas duas empresas russas (75% de investimento pela Rail Standard Service e 25% pela Fortland Consulting Company) e parceiros locais, conforme prevê o contracto assinado com a Unidade Técnica de Investimento Privado (UTIP).

A primeira fase deste projecto envolve a construção da unidade de dessalgação eléctrica do petróleo e conversão normal com capacidade de 10 milhões de toneladas por ano, no prazo de três anos e meio.

Esta capacidade, bem como o tipo de produto a refinar, como gasolina, gasóleo e betume, irá aumentar com a concretização das restantes fases.

Além das licenças e do terreno, o Estado angolano compromete-se, através do contracto assinado com a UTIP, a comprar os produtos refinados entre 28 mil barris diários de petróleo em rama (na primeira fase, dentro de três anos e meio) e 364 mil barris diários (na última fase, dentro de 11 anos).

Este investimento surge numa altura em que a construção da refinaria do Lobito foi suspensa pela estatal Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) e que o governo está a reavaliar o projecto da refinaria no Soyo, província do Zaire. (Macauhub)