A Guiné-Bissau está a negociar com o Senegal um novo acordo sobre a exploração conjunta de petróleo tendo apresentado um conjunto de propostas na terceira ronda de negociações que decorreu nos três primeiros dias de Agosto em Dacar, Senegal, disse segunda-feira o chefe da delegação guineense.
Apolinário de Carvalho, actual embaixador da Guiné-Bissau em Bruxelas e quadro superior do Ministério dos Negócios Estrangeiros, disse ainda que as conversações de Dacar “correram bem” e que a parte guineense “fez ver à parte senegalesa que é preciso corrigir um erro histórico” que foi a partilha feita em 1993.
Essa partilha determinou que o Senegal ficará com 85% e a Guiné-Bissau com 15% das receitas resultantes da eventual exploração de hidrocarbonetos.
“Queremos um novo acordo que reflita os interesses dos dois países”, disse Apolinário de Carvalho citado pela agência noticiosa Lusa, salientando que a Guiné-Bissau “está hoje mais bem preparada” do que no passado para defender o seu ponto de vista.
As delegações dos dois países voltam a encontrar-se dias 27, 28 e 29 de Agosto corrente, desta vez em Bissau, para se concluir o projecto de revisão do novo acordo de partilha de recursos (petróleo, gás e pescado) que será, posteriormente, assinado pelos dirigentes dos dois Estados.
A zona em questão abrange cerca de 25 mil quilómetros quadrados da plataforma continental e é gerida por uma agência de gestão e cooperação, baseada em Dacar, actualmente presidida pelo antigo primeiro-ministro guineense, Artur Silva.
A Zona de Exploração Conjunta (ZEC) é considerada rica em recursos haliêuticos, cuja exploração determina 50% para cada um dos Estados e ainda hidrocarbonetos (petróleo e gás), mas ainda em fase de prospecção.
A Guiné-Bissau dispensou 46% do seu território marítimo para constituir a ZEC e o Senegal 54%. (Macauhub)