A taxa de crescimento da economia da Guiné-Bissau deverá cair este para 3,8% devido à fraca campanha de comercialização de castanha de caju que se registou, segundo as conclusões de uma missão do Fundo Monetário Internacional.
A missão liderada por Tobias Rasmussen, que visitou Bissau entre 19 de Setembro e 2 de Outubro de 2018 para a sexta avaliação ao abrigo do acordo Facilidade de Crédito Alargado (FCA), informou que a fraca campanha de comercialização causou o arrefecimento da actividade económica, “esmagando fortemente a produção geral, exportações e consumo.”
“A missão prevê um crescimento real de 3,8% do PIB, em 2018, contra taxas de cerca de 6%, entre 2015 e 2017, prevendo igualmente que o défice da conta-corrente externa aumente para 3,6% do PIB, em 2018, contra os estimados 1,9%, em 2017”, pode ler-se no comunicado divulgado em Washington.
A nota acrescenta que a receita governamental ressentiu-se com o crescimento económico mais fraco, bem como com o lento avanço das reformas subjacentes ao orçamento de 2018, tendo a colecta fiscal no 1.º semestre do ano ficado 9,7% abaixo da meta do programa.
O fraco desempenho da receita fiscal foi, contudo, parcialmente compensado por receita não-fiscal mais elevada, incluindo receitas não-recorrentes provenientes da venda de madeira apreendida.
Em matéria de políticas para o sector bancário e financeiro, as autoridades estão, entre outras medidas, a encorajar bancos com níveis elevados de créditos malparados a envolverem-se mais activamente na reestruturação de dívida que seja sustentável para os mutuários e a avaliar as possibilidades de execução acelerada de garantias.
A FCA é um acordo creditício que assegura um compromisso programático sustentado, a médio e longo prazo, em caso de problemas prolongados na balança de pagamentos.
O acordo de três anos para a Guiné-Bissau, aprovado em 10 de Julho de 2015, foi prorrogado por um ano, em 1 de Julho de 2018 aumentando o acesso total para cerca de 32,2 milhões de dólares. (Macauhub)