As companhias petrolíferas a operar em Angola vão proceder à venda directa de divisas aos bancos comerciais ao abrigo de uma proposta que está a ser elaborada, disse quarta-feira em Luanda o governador do Banco Nacional de Angola (BNA).
“Queremos fazer com que aquelas empresas possam vender directamente divisas aos bancos que operam no país”, frisou José de Lima Massano, ao usar da palavra na conferência “Angola Petróleo e Gás 2019”, aberta terça-feira pelo Presidente João Lourenço e a encerrar hoje.
O governador, citado pela agência noticiosa Angop, disse ainda que a instituição que dirige está a trabalhar com a Associação dos Operadores Petrolíferos para definir um calendário, atendendo a que houve algumas situações em que a organização quase voluntária do mercado para a compra das divisas exerceu pressão sobre a formação da taxa de câmbio.
Lima Massano adiantou que o banco central, ao fazer a devolução dessas transacções aos bancos comerciais, quer certificar-se de que elas acontecem num quadro de estabilidade e contribuem para o desenvolvimento da economia.
Ao referir-se às reservas sobre o exterior do país, que podem ser divididas em três categorias, como sejam recursos do próprio banco central, do Tesouro e dos bancos comerciais que estão à guarda no BNA, o governador reconheceu que as mesmas têm como origem principal o sector petrolífero.
“Atendendo a esse facto, qualquer abrandamento da produção e redução de preço tem um impacto directo sobre as reservas do país”, salientou, para adiantar que a componente que mais afecta o seu montante é a sua utilização pelo Tesouro para honrar os compromissos do Estado. (Macauhub)