A produção petrolífera de Angola deverá continuar a declinar em 2019/2020, permanecendo mesmo abaixo do limite acordado na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), de 1,481 milhões de barris por dia, prevê a Economist Intelligence Unit (EIU).
Em consequência deste facto, motivado pelo esgotamento de alguns poços e pela ausência de investimento em novos outros, o Produto Interno Bruto de Angola deverá contrair-se 2,6% este ano e 3,6% em 2020, para voltar a crescer à taxa média de 4,2% ao ano no período de 2021 a 2023.
Esta quebra na produção registada em Angola naqueles dois anos ficará a dever-se ao facto de o governo estar limitado na realização de despesa, uma vez que a sua principal fonte de rendimento, os impostos cobrados sobre a produção de petróleo e posterior exportação, estão igualmente em queda.
Os analistas da EIU adiantam que o regresso ao crescimento económico a partir de 2021 ficará a dever-se aos sectores agrícola, mineiro, de construção civil, industrial e dos serviços, que beneficiarão de crédito em melhores condições, atendendo a um ambiente de menor inflação.
O documento recentemente divulgado acrescenta que neste período a produção petrolífera continuará em queda devido ao esgotamento de alguns poços e ao facto de o investimento necessário para explorar novos poços em águas profundas e ultra-profundas não surgir devido ao fraco ambiente de negócios no país, custos de exploração proibitivos e o aumento do custo de produção de um barril.
A EIU salienta que as recentes medidas no sentido de atrair investimento e de reduzir o nepotismo são encorajadoras mas adianta serem ser necessário combater a corrupção, o fraco enquadramento legal e a concorrência levada a cabo pelo sector público contra o sector privado.
“Uma barreira-chave à introdução de reformas estruturais tem sido o controlo exercido pela elite política sobre a economia, o que tem impedido mais transparência”, pode ler-se no documento, que adianta que o declínio a verificar-se no sector petrolífero vai necessariamente obrigar ao desenvolvimento do sector privado.
O Instituto Nacional de Estatística de Angola anunciou esta semana ter o Produto Interno Bruto do país registado uma contracção de 0,4% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao período homólogo de 2018.
O comunicado do INE informa que a variação negativa registada no Produto Interno Bruto (PIB) deve-se, fundamentalmente, às actividades de Comércio (-3,2%), Financeiras (-4,8%), Indústria Transformadora (-6,5%), Telecomunicações (-6,8%) e Petróleo (-6,9%). (Macauhub)