Crescimento económico em São Tomé e Príncipe impulsionado por investimento chinês

O acordo de cooperação entre a China e São Tomé e Príncipe será assinado nos próximos dias, lançando uma vaga de investimento chinês em infra-estruturas que deverá, de acordo com analistas económicos, impulsionar o crescimento no país.

 

O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, inicia a 11 de Abril uma visita à China “durante a qual serão assinados protocolos de cooperação no domínio económico, cultural e científico”, de acordo com anúncio oficial.

 

Esta visita tem lugar depois do restabelecimento, em Dezembro de 2016, das relações diplomáticas entre a China e São Tomé e Príncipe e da adesão deste país africano de língua portuguesa ao Fórum de Macau.

 

O comunicado acrescenta que o governo apresenta no parlamento, ainda este mês, um orçamento rectificativo, que surge no âmbito das “medidas adicionais” que visam “corrigir os défices actualmente registados” e estão em conformidade com as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI).

 

Divulgado na semana passada, o comunicado final da mais recente deslocação a São Tomé e Príncipe de uma missão do FMI liderada por Xiangming Li sublinha a aceleração do crescimento económico este ano, em quase um ponto percentual face aos 4,1% em 2016, deixando também preocupação quanto à pressão a que as finanças públicas estão sujeitas.

 

“O crescimento mais acelerado ficou, em parte, limitado por atrasos nos desembolsos externos, que tiveram um impacto negativo na execução de projectos de investimentos financiados externamente (…) As perspectivas económicas são favoráveis, estimando-se que o crescimento atinja 5% em 2017, impulsionado pela actividade no sector da construção civil e na indústria do turismo, que se prevê mais robusta e apoiadas por uma maior entrada de investimento directo estrangeiro”, afirma o FMI.

 

Entre as preocupações expressas pelo FMI está o aumento do défice orçamental e a pressão das contas públicas expressa no aumento dos pagamentos em atraso e no crédito interno ao governo central.

 

Conforme referiu o primeiro-ministro são-tomense em entrevista à mais recente edição da revista em língua inglesa Macao, a negociação dos acordos que serão assinados durante a visita acautela preocupações com a sustentabilidade financeira dos investimentos em infra-estruturas, sobretudo o porto e o aeroporto, além do impacto em indicadores como a inflação.

 

Com as infra-estruturas, as autoridades são-tomenses esperam também atrair empresas chinesas para uma plataforma logística, capaz de distribuir produtos para toda a região do Golfo da Guiné, onde vivem cerca de 350 milhões de pessoas.

 

“O impacto destas obras vai ser grande e colocar a República Popular da China como o primeiro parceiro do país e, sobretudo, um parceiro fundamental na transformação estrutural da economia são-tomense”, adiantou. (Macauhub)

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