O ambiente de negócios melhorou de 2016 para 2017 em todos os países de língua portuguesa, sendo, entre estes, Cabo Verde o mais bem posicionado e Angola o que mais subiu, segundo a classificação constante do relatório do Banco Mundial “Doing Business”, edição de 2018.
O estudo demonstra a existência de uma vaga de reformas no continente africano: no período em análise quase um terço de todas as reformas introduzidas a nível global foram executadas em África, um número recorde de 83 reformas para facilitar a realização de negócios em 36 de 48 economias na África a sul do Saara.
“Trata-se do maior número de reformas alguma vez registado pelo relatório Doing Business em qualquer região”, afirma o Banco Mundial.
Entre os países mais reformistas estiveram dois de língua portuguesa: Angola e Cabo Verde, com 3 reformas cada.
Cabo Verde foi novamente o país africano de língua portuguesa mais bem posicionado, no 127.º lugar, duas posições acima da edição de 2017 e muito próximo do Brasil (125.º), e registando uma subida da sua pontuação de 55,82 para 56,24 pontos.
“No caso de Cabo Verde, o país aplicou três reformas reconhecidas no âmbito do relatório Doing Business 2018. Estas reformas abarcaram as áreas de obtenção de alvarás de construção, comércio internacional e resolução de insolvências”, refere o Banco Mundial.
O governo cabo-verdiano tem entre os seus principais objectivos para a legislatura a melhoria do ambiente de negócios, tendo em vista a captação de investimento para estimular o crescimento no país.
Moçambique, no 138.º lugar, foi o segundo país africano de língua portuguesa mais bem classificado, subindo também a sua pontuação, graças a duas reformas introduzidas, seguido de São Tomé Príncipe (169.º).
A área de maior melhoria em Moçambique foi o acesso a electricidade, sendo os pontos fortes o licenciamento de construção (56.º lugar geral) e a resolução de insolvências (75.º) e os pontos fracos o respeito pelos contractos (186.º lugar) e o acesso a crédito (159.º).
Angola tem sido o país de língua portuguesa com a pior classificação no estudo do Banco Mundial, mas graças à introdução de três reformas conseguiu subir para o 175.º lugar, tendo ultrapassado a Guiné-Bissau (176º), que apenas introduziu uma reforma tendente a melhorar o ambiente de negócios.
Em Angola, as áreas de mais acentuada melhoria foram o comércio transfronteiriço e o acesso a electricidade, tendo os pontos fortes sido o licenciamento de construção (80.º lugar geral) e a protecção de investidores minoritários (81.º) e os pontos fracos o respeito pelos contractos (184.º lugar) e o acesso a crédito (183.º).
Angola é o maior parceiro comercial da China na África de língua portuguesa, tendo até Setembro as trocas comerciais crescido 45,37%, para 17,13 mil milhões de dólares.
As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa cresceram 29,36% até Setembro para 89 426 milhões de dólares. (Macauhub)