Câmara de Comércio Luso-China distingue China Tianying, Farfetch, Super Bock, Keeway e empresas tecnológicas

5 November 2018

China Tianying, Farfetch, Super Bock, Keeway e duas empresas tecnológicas foram distinguidas pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-China (CCILC), numa altura em que as relações entre Portugal e a China conhecem o melhor momento da sua história, segundo as autoridades dos dois países.

Os prémios de mérito empresarial foram entregues na V Gala Portugal-China, que decorreu a 31 de Outubro em Lisboa, tendo sido distinguidos um investidor chinês – a China Tianying, que adquiriu a seguradora Groupama Portugal – e um português – a tecnológica Farfetch, pela aquisição da CuriosityChina, empresa de TI especialista na amplificação de marcas “premium” e de luxo através de plataformas digitais chinesas.

No campo do comércio externo, a CCILC premiou a portuguesa Super Bock, que no ano passado duplicou as exportações para a China e já este ano lançou uma marca de cerveja exclusiva para aquele mercado, e a Keeway, por ter aumentado em 57% as vendas de motas no mercado português em 2017, aproximando-se dos líderes de mercado.

No campo das tecnologias, foram premiadas a ZTE, que tem vindo a aumentar as vendas dos seus produtos, assim como o número de trabalhadores, e a portuguesa Aptoide, loja de aplicações online, com escritório em Shenzhen, e que alcançou a marca de um milhão de dispositivos fabricados na China com a aplicação pré-instalada no seu software.

O evento contou com uma mesa-redonda de gestores dos dois países, em que foram destacadas as oportunidades em presença, mas também as dificuldades com que se deparam as empresas no terreno.

Carlos Álvares, presidente do Banco Nacional Ultramarino (do grupo estatal português Caixa Geral de Depósitos) nomeou alguns casos de sucesso de empresas portuguesas na China, casos da Super Bock, farmacêutica Hovione ou dos cafés Delta, mas salientou o “ambiente competitivo brutal” com que se deparam, que exige “força” e capacidade de investimento.

O próprio BNU, referiu, é um exemplo disto pelo facto de concorrer com 28 bancos, sendo “felizmente muito rentável”, no pequeno mercado em termos geográficos de Macau, para o qual as empresas portuguesas devem olhar, pelas vantagens da “língua, bancos e enquadramento legal”, nalguns aspectos mais simples do que em Portugal.

“A China elegeu esta plataforma (de Macau), pelo que seria uma pena se Portugal não aproveitasse. Está ali à mão de semear”, disse o presidente do BNU.

Álvares destacou ainda a “oportunidade enorme na área das infra-estruturas” criada pela iniciativa Faixa e Rota, bem como pelo projecto da Grande Baía, que envolve 65 milhões de consumidores e 12% do PIB chinês, reunindo nove cidades da província de Guangdong e as regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong.

O investidor Wu Zhiwei, vice-presidente da CCILC, afirmou que o facto de provir de Macau foi uma vantagem na adaptação ao mercado de Portugal, onde tem vindo a protagonizar investimentos na área vinícola, e manifestou confiança no potencial da economia portuguesa.

A gala da CCILC teve lugar numa altura em que se preparam as comemorações do 40.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e a China, e a pouco mais de um mês da visita a Lisboa do presidente chinês, Xi Jinping.

Cai Run, embaixador da China em Portugal, afirmou que o país asiático está a “atribuir importância a Portugal na construção da Faixa e Rota” e que está “disponível para participar com Portugal” nesta iniciativa, numa altura em que as relações bilaterais estão no melhor momento da sua história, com contactos de alto nível e confiança mútua reforçada.

A sintonia entre os dois países foi também evocada por Eurico Brilhante Dias, secretário de Estado da Internacionalização, para quem a visita de Xi Jinping deverá trazer um “novo impulso na parceria estratégica” bilateral, com passos que permitam aprofundar a já intensa relação”, nomeadamente na Faixa e Rota. (Macauhub)

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