Crescimento do turismo em África abre oportunidades a Moçambique e a outros países de língua portuguesa

O turismo está a crescer de forma expressiva em África e Moçambique é um dos destinos que tem beneficiado do aumento do número de turistas estrangeiros, de acordo com dados divulgados pela consultora Euromonitor International.

O estudo da consultora indica que as chegadas internacionais a África estão a crescer 6,5% em 2017, atingindo 18,55 milhões, face a 16,351 milhões em 2012, devendo o número de visitantes continuar a crescer de forma acentuada até atingir 25 milhões em 2022.

África do Sul, Quénia, Nigéria, Moçambique, Camarões, Ilhas Maurícias e Tanzânia representaram 70% das viagens internacionais para a região da África a sul do Saara, de acordo com o estudo apresentado à margem da 41ª Conferência Anual de Turismo Mundial, em Kigali, Ruanda.

O crescimento registado pode ser atribuído, de acordo com a consultora, a melhores ligações ao continente e à diversificação de destinos e de tipos de oferta, dentro dos vários países.

O turismo representa para os países africanos uma forma de diversificação da sua base económica, além da extracção de recursos naturais, tendo países como Angola, por exemplo, vindo a apontar como prioridade o desenvolvimento do sector, importante para o aumento de receitas e de divisas.

Os países em desenvolvimento e emergentes são as “estrelas” do Relatório de Competitividade de Viagens e Turismo 2017, recentemente divulgado pelo Fórum Económico Mundial, que conclui que grande parte deles “melhorou significativamente o seu desempenho desde 2015”, quando foi publicada a anterior edição.

Entre 2016 e 2026, refere, em consonância com pesquisas do Conselho Global para Viagens e Turismo (WTTC, na sigla inglesa), a Índia será o destino a registar maior crescimento nas viagens de lazer, seguido de Angola, Uganda, Brunei, Tailândia, China, Birmânia, Omã, Moçambique e Vietname.

O relatório de competitividade turística salienta ainda o grande potencial de crescimento do sector, em particular devido ao crescimento previsto da classe média mundial até 2031 – mais três mil milhões de pessoas, a maioria dos quais em China, Índia e países emergentes.

Moçambique é um dos países que regista melhor desempenho, 8 posições acima de 2015, para o 122.º lugar.

“As forças da competitividade de Moçambique para turismo e viagens continuam a ser os seus recursos naturais e a sua política de vistos muito aberta. (…) Embora não haja ainda nenhuma atracção natural na lista de Património Mundial da UNESCO, Moçambique aumentou ligeiramente a superfície das suas áreas protegidas e conseguiu melhorar o conhecimento em relação aos seus extraordinários recursos naturais, desde parques de safari a praias e ilhas virgens”, adianta.

Para o Fórum Económico Mundial, o potencial turístico moçambicano está em larga medida por explorar, e são necessários investimentos em infraestruturas, recursos humanos e condições de saúde e higiene, que reforçariam a competitividade do sector e da economia em geral.

Cabo Verde sobe três lugares para o 83.º lugar, tendo pontuações mais elevadas nos critérios de “infra-estruturas de transportes aéreos” (43.º, com o 2º mais elevado nível de densidade de aeroportos, em relação à dimensão da população), “sustentabilidade ambiental” (44.º) e “competitividade de preços” (49.º).

O programa do governo cabo-verdiano estabelece como objectivo chegar a 2021 entre os 30 dos países mais competitivos do mundo e entre os cinco em África em matéria de turismo.

Portugal é o país de língua portuguesa mais bem colocado, no 14.º lugar, um lugar acima da lista de há dois anos, seguido do Brasil, em 27.º, também uma subida de uma posição. (Macauhub)

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