Macau estreita laços de empresas portuguesas e chinesas no sector ambiental

19 March 2018

O sector ambiental apresenta elevado potencial de cooperação entre empresas portuguesas e chinesas, e Macau tem condições para servir de pólo de intercâmbio, de acordo com responsáveis dos dois países.

Falando ao Macauhub no encerramento de uma visita empresarial chinesa a Portugal, promovida pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), o presidente deste organismo, Jackson Chang, afirmou que “as empresas portuguesas têm ricas experiências e ainda técnicas muito avançadas que podem servir de uma referência, um bom instrumento para as empresas chinesas”. Portugal, adianta, pode ser um “parceiro de cooperação, desenvolvendo assim uma parceria entre as empresas portuguesas e as chinesas”.

“Sabendo que algumas empresas portuguesas estão mais viradas para fora e assim esta parceria poderá também ser bastante útil neste enquadramento em que nós estamos a falar sempre de Uma Faixa Uma Rota”, adiantou ao Macauhub.

A missão empresarial, entre 15 e 16 de Março, teve como delegados representantes das províncias do Pan Delta do Rio das Pérolas (PPRD 9+2), nomeadamente Fujian, Jiangxi, Hunan, Cantão, Guangxi, Hainão, Sichuan, Guizhou e Yunnan, juntamente a Hong Kong e Macau.

O foco da visita foi o tratamento das águas residuais, pelo que a missão passou por diferentes empresas e instituições públicas portuguesas, nomeadamente a Associação das Empresas Portuguesas para o sector do ambiente (AEPSA), empresa Águas de Portugal, BEWG – Be Water (águas de Mafra), Agência Portuguesa do Ambiente e a empresa ECOSERVIÇOS – Gestão de Sistemas Ecológicos, Lda.

No jantar de encerramento da missão Jackson Chang defendeu a necessidade de fomentar os conhecimentos sobre a indústria verde, aproveitando para relembrar as profundas raízes históricas que ligam Portugal e Macau, cidade que vai organizar de 12 a 14 de Abril mais uma edição do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental (2018MIECF), com o tema “Formação de Eco-cidades para uma Economia Verde Inclusiva”.

Nesse sentido, afirmou que a iniciativa da visita reforça os laços comerciais entre Macau e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), lembrando que é necessário “desenvolver e maximizar” as vantagens do papel de Macau como ponte entre a China e os países de língua portuguesa.

Ainda no seu discurso, tratou da importância da “coordenação entre progresso socio-económico e a preservação do meio ambiente”, relembrando que faz parte das metas do último plano quinquenal chinês construir uma cidade inteiramente sustentável.

Em discurso no mesmo evento, Maria João Veiga Gomes, assessora da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP Portugal Global), em representação do Presidente da instituição, considerou a iniciativa uma “oportunidade para empresas portuguesas expandirem a sua internacionalização” lembrando que a China planeia alcançar a meta de 15% do consumo de energia de fontes renováveis em 2020, dobrando a meta para 30% em 2050.

A visita do IPIM a Portugal é a continuação de uma série de iniciativas que tiveram início no ano passado com a ida de uma delegação ao Brasil, para conhecimentos na gestão das bacias hidrográficas na Amazônia.

Antes de Lisboa, a missão, destinada a troca de experiências e possibilidades de parcerias e investimentos na área de proteção ambiental, esteve também na Alemanha, onde visitou outras três empresas e câmaras municipais. (Macauhub)

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